
parasita
lisieux
O que foi feito de mim,
dos lábios cor de carmim,
do olhar, alcatifado?
O que foi feito da moça,
olhos rasos, feito poça
d'agua em cima do telhado?
O que foi feito de mim,
pés soltos, de passarim,
correndo pelas campanas?
O que foi feito do beijo
fogoso, puro desejo
explodindo na garganta?
Que foi feito da menina
tão delicada e franzina?
Será morreu, virou santa?
Ou se quedou, esquecida
feito bela adormecida
cercada de hera e teias,
cansada, triste, acabada
pela sorte, abandonada
sangue parado nas veias?
Bh - 01.06.06
Poema inspirado pela lindeza de texto "Suicidas", da minha amiga mineira, líria porto, poeta danada de boa! Taí, abaixo:
suicidas
líria porto
o que foi feito de amália
a bela de olhares rasos
e tristeza entranhada
cujos passos a levaram
para a sombra de antônio
sempre com gestos rentes
e sorriso pálido?
o que foi feito de amélia
aquela mulher sem verdades
que passava suas tardes
sem dizer uma palavra
e enquanto trabalhava
deixava em tudo o rastro
da sua poeira interna?
o que foi feito de emília
da sua pele amarela
quando foi abandonada
tão quieta tão sem ânimo
até que veio um pássaro
e levou-a para o céu
para a suite dos santos?
o que foi feito de adélia
marlene elza claudete
o que foi feito de sâmia?
1 Comments:
Lis querida:
Um imenso silêncio dentro de mim. A palavra, rebelde, parece negar-se às minhas letras. Mas, ainda assim, tentei escrever algo, afinal, nossa alma carece de poesia...
Meu beijo de carinho e saudade.
Míriam Monteiro - http://migram.blog.uol.com.br
By
Anônimo, at 9:31 PM
Postar um comentário
<< Home