
Um dia estranhamente igual
lisieux
Saudade, imensa, densa, dos teus atributos, de comer teus frutos, acalmar teus sustos infantis... Saudade de tuas mãos febris, do teu abraço tímido e do teu beijo úmido, do teu olhar piegas... tão único.
Saudade que me derrete, me faz escorrer, às vezes corredeira, às vezes poça d’água.
E, líquida, refletir a luz do sol, devolver-lhe o calor...
Evaporo-me... seco, sumo.
Deixo de ser rio se não vens me navegar, devagar, suavemente...
se não singras meus mares, não surfas minhas ondas, deixo de ser oceano, não me quebro, espumante, na praia...
Morro, se não te afogas em mim.
BH - 02.02.04
2 Comments:
Que texto bonito! Encontrei-o, por acaso, nas minhas andanças.
As metáforas feitas de água sempre ficam perfeitas com a inconstância e a intranqüilidade dos desejos amorosos. Essas, que foram ponteando seu escrito, estão ainda úmidas e, ao mesmo tempo, sequiosas.
Gostei do passeio.
Deixo-lhe um abraço.
Dora
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Anônimo, at 5:40 PM
linda sua poesia, adorei seu blog... um beijão.
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Anônimo, at 11:36 AM
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